Devaneios de domingo a noite

S entada na varanda ela fazia um exame de consciência, lembrava de tudo o que tinha feito nos últimos dois dias. Foi um final de sema...


Sentada na varanda ela fazia um exame de consciência, lembrava de tudo o que tinha feito nos últimos dois dias. Foi um final de semana alegre, cheio de surpresas boas, conversas agradáveis e engraçadas e encontros inesperados. Essas coisas faziam seus olhos brilharem, faziam com que ela sonhasse, fizesse planos. Ela se enchia de vida, sentia-se leve e ao mesmo tempo completa. Mas naquele momento, ali naquela varanda, ela não pensava sobre essas coisas, não fazia planos, ela só queria saber uma coisa, a pergunta não saia de sua cabeça: onde eu errei dessa vez? Fez coisas que só lhe davam prazer, que faziam com que se sentisse viva, e no fim só obteve reprovações. Malditas expectativas. De repente ela lembrou de uma música que diz: "ah, como é bom voar...", e percebeu que suas asas estavam cortadas, que ela até conseguia voar, mas voava baixo. Saia do chão, mas em pouco tempo despencava, voltava para o mesmo lugar. Milhares de coisas começaram a passar pela sua cabeça, pensou nos seu sonhos, seus planos perfeitos, e se perguntou como faria. Ela queria voar alto, precisava dar um jeito de não permitir que voltassem a cortar suas asas, mas como? Só ouviu o silêncio.

1 comentários

  1. O silencio é revelador, apostemos nisso. E suas assas estão cortadas, mas ainda as tem. Voar é questão de aprendizagem, de preparação, maturidade e companheirismo. Não se pode voar sozinho!

    Beijos!

    ResponderExcluir